sexta-feira, 16 de julho de 2010

Odiar é bem fácil...

Odeio as pessoas que baixam a cabeça por não saberem lutar. Odeio aqueles que lutam, porque simplesmente não sabem quando parar...

Odeio a falta de caráter, a falta de simplicidade e a falta de opção. Odeio a indiscrição, o silencio e o modernismo como desculpa para a criação...

Odeio a curiosidade, liberdade de expressão, as feridas pestilentas decorando o meu corpo, meu humor e o meu estado de satisfação...

Odiar é tão fácil.
Odeio odiar...

Odeio seu carinho e a sua preocupação. Não quero ouvir, não quero falar. Quero diminuir, desaparecer aos poucos como a personalidade que perdi. Odeio os comentários idiotas feitos só para chamar atenção.

Odiar é fácil.
Odeio odiar...


Odeio tudo o que faço bem, mal e o que não sei fazer. Odeio estar ocupado, odeio não fazer nada. Odeio meu estado de espírito, esse estar sem ser...odeio o que é cinza e odeio esquecer.

Odeio minha musica que vira brinde a cada dia que passou. Odeio minha cabeça drogada, minha mente estimulada. Me odeio como espécie de produto, o mal que eu faço, assim como o bem que passa...

Odiar é fácil.
Odeio odiar...

Tudo bem, porque parece simples, mas não sei o que é...
Odeio os sábios, odeio os padres, odeio as vadias e as formigas e odeio os seguros de si. Odeio minha decadência que me leva pra longe de quem fui.

Mas o que eu fui? Foda-se o que pensa, é mentira!
Só eu sei. Só eu sinto as saudades, só sei o que foi verdade. Sei o que é o futuro e o que se perdeu no passado. Odeio ter perdido minhas asas e odeio não saber falar.

Odiar é bem fácil
Odeio odiar...

Odeio as pessoas que não calam a boca e pedem ajuda negando a si mesmos um pouco da dignidade que até os ratos reservam pra si. Odeio as pessoas como eu e as pessoas diferentes de mim...

Pro inferno essa fraternidade excretada pela boca dos sonhadores que nem souberam sonhar. Odeio o meu Eu fraco, o meu eu forte que morre gordo sem nada enxergar.

Odeio os que têm medo de chorar e odeio aqueles que choram perto de mim.
Vivam em seus mundo-ratoeira, afoguem-se em suas carências e não tentem chamar minha atenção.

Odeio os ‘novos donos’ da minha criatividade falida, estéril, que comporta o ponto exato do [simples] satisfatório.

Odeio as horas que se vão sem me chamar. Odeio as palavras bonitas, feias, bem escritas e odeio a caligrafia. Odeio as rimas, as cores, minhas dores, meu corpo e odeio meus olhos debilitados...

Odeio o que me espanta, odeio as naves e o suco, odeio com força até aonde a chama alcança. Odeio meu pijama, todos os minutos curtos demais para que eu possa me aborrecer completamente. Odeio o útil, o inútil e o agradável. É fácil quando se alcança certo estado.

Odeio as notas afinadas e o cacto sem afinidades, as faixas que margeiam as ruas e os mendigos na estrada. Odeio o carona, o mal estar. Odeio o aconchego e a tábua de passar. Odeio a soma matemática, mesmo que seja bem fácil somar. Odeio a mágica do sonho, até por que é um saco sonhar.

Odiar é tão simples,
Odeio odiar...

terça-feira, 13 de julho de 2010

Verso dado a todos os instrumentadores...

Ao curvar-te
Com a lâmina rija do teu bisturi
sobre o cadáver desconhecido,
lembra-te que este corpo
Nasceu do amor de duas almas.

Cresceu embalado pela fé e esperança
daquela que em teu seio o agasalhou
sorriu e sonhou os mesmos sonhos
das crianças e dos jovens
Por certo amou e foi amado, e,
sentiu saudade dos outros que partiram.

Acalentou uma manhã feliz
e agora jaz na fria lousa
sem que por ele tivesse sido
derramada uma lágrima sequer.

Seu nome só Deus sabe,
mas destino inexorável
deu-lhe o poder e a grandeza
de sentir a humanidade
que por ele passou indiferente


[Rabistansk]

Poetas calados

Então,
qual é o seu modelo?
fonte da sua inspiração...
poços vazios, visão sem razão
Uma estrada profanada?
Sonhos em vão?

Qual o seu maior sonho?
seu maior fracasso,
frutos secos da sua frustração
ficar ou partir dizendo não...

Não há páginas viradas
em livros em chamas...
E talvez o que reste, mágoas
de vontades estranhas, cheiro de criança

Então,
o que você entendeu?
Algo perdeu-se, aqui, ali, em algum lugar não sei,
sua realidade intangível, estática...
A sua vontade é a parede onde você
bate a cabeça e ainda assim
não sente nada!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Empatia

Ta bom tudo bem,
até logo não sei quem
Embora tudo passe
algo te espera
durma e acorde com pressa
A vida de uma era
Fora você quem viu a Morte
entre os povos sem sorte
que dirigem de dia
e cantam a noite
de parte em parte com todo porte;

Ta bom tudo bem
até logo Zé ninguém
embora as coisas voltem
Algo te leva
até ali até além
Vá e volte, incerto vai e vem
Fora você quem não viu nada
A alma que o separa
da certeza distante
que te encara durante a vida
e que te duvida a todo instante;

Tá bom tudo
até logo homens de bem
Vá embora ao teu lado
o Deus teu desamparo
para quem é castigado
Foi você quem partiu sem rumo
sentindo as dores do mundo
Ó medíocre alma caída
deixe o copo d´agua
Há santos na calçada
e você sem fazer nada;

Ta bom tudo bem
até logo filhos do além
Das sombras como os justos
os modos de quem
O valor do espaço
e o dízimo do abraço
o certo, o vazio...
a ponta da lança e o errado
O simples e o Eu
As crianças do véu
a incerteza do brilho
e a ferrugem no papel

Efeito "Potato"

Você conhece o efeito potato?

 Vou organizar as idéias pra tentar explicar melhor [...]

Creio que todos nós temos um "potato" por perto e ou até somos um deles. Esse indivíduo goza do seu afeto, amizade e confiança. Frequenta seus círculos sociais ou infernaliza alguma das redes sociais que você frequenta. Qualquer pessoa, mesmo com o sorriso mais doce, pode esconder e cultivar o fenômeno Potato dentro de si.



Mas, o que seria isso?
Um 'potato' caracteriza-se, por exemplo, pelo seu excesso de vontade em participar dos assuntos alheios. No popular, esses excessos, é bem conhecido como intromissão. Ou seja, um intrometido.

Agora que fui mais claro te fiz lemnbrar de alguém? Riu baixo quando um nome surgiu rápido em sua mente? Ou ainda riu alto, tentando imaginar o avatar desse nome, vestido talvez, como uma batata?

O termo é exdrúxulo, não nego. Uma piada meio fraca, mas dentro de certo contexto a graça ganha um pouco mais de força. Basicamente é uma piada interna que não havia sido divulgada.

Enfim, de volta à idéia inicial...

A verdade é que na minha mente perturbada, eu criei o conceito do 'potato'com base nas atitudes de uma pessoa próxima. De longe sou o primeiro a sentir-se incomodado com as atitudes dos outros e, posso ficar careca agora mesmo se eu for o último.

Depois que minha irritação, com situações desconfortáveis, passou, comecei a questionar o por quê. Por que nos intrometemos? Por que o ser humano não consegue afastar o nariz de onde não fora chamado?

Há, certamente, aqueles que se intrometem para atender ao chamado de sua própria natureza medíocre, mas ainda assim existem certos conceitos que permeiam essas atitudes.

O Intrometido e o seu "eu lírico"

Uma pessoa é rotulada assim, quando ultrapassa alguns limites. Quase sempre por uma carência cega à noção. Um 'potato', nem sempre é egoísta, as vezes incomoda por se importar demais, pelo excesso de zelo, de vontade de ajudar. Esse 'querer participar' que nem sempre entendemos remonta algo que fora perdido em algum ponto do caminho e é a ânsia, essa procura, que leva ao comportamento.

O 'potato', o intrometido, é um reflexo de nós mesmos. Apenas uma das trilhas que percorremos, ou vamos percorrer, enquanto tentamos nos aceitar e o julgamento é a foice que nos faz sentir melhor.

O conceito que criei, foi baseado em uma pessoa que se importa demais com todos a sua volta, que no meio da trilha que seguia [segue ainda e, sinceramente não espero que mude] falou tudo o que pensava e sentia, errando e acertando ao fazer isso, e esforçou-se ao máximo para cuidar de quem amava mesmo sendo abandonada em algum ponto desse caminho.

O Efeito 'Potato' não vem para ridicularizar as pessoas que pecam pelo excesso, mas para nos lembrar o quanto somos frágeis e que nossos castelos também são de areia. Que todos deixamos ou perdemos algo em algum momento e que estamos buscando para nos tornar seres característicos e, que dentro de um emaranhado de situações vem para esculpir nossas personalidades com qualidades e defeitos.

Proibido estuprar com máscara

Delaware, EUA. A constituição local afirma que "Qualquer pessoa que usar capuz, máscara ou outro disfarce ao cometer um crime é automaticamente culpada de se utilizar de um disfarce ao cometer um crime".

Fonte: Mundo Estranho nº100 - Junho 2010 | Página 16