domingo, 14 de outubro de 2012

Shade: A marca como forma de solidão


Eu preciso sentir essa solidão da mesma forma como é possivel soletrar ternura.
Simplesmente não posso ignorar a marca do adeus, só por que a terra escolhe abraçar as pessoas que amo.

Ainda que eu ignore a matemática do abraço, agradeço pelo pessimismo da saúde.
Nunca foi claro pra mim a queimadura que as sombras me causam enquanto me agrada pela simbiose que sustentamos e nos ostenta.

A Lua rasga o véu do silencio do quarto enquanto me hipnotiza com  seu alvo quarto minguante. E no canto de seu sorriso fálico sinto o ríspido ritmo dos que caminham lentamente em direção do fim.

Me aborrece as palavras lutando contra o soluço armado, com lanças feitas de lágrimas que teimam em não alcançar o tecido de quem me parte os sentidos enquanto parte em direção à terra o abraço final.

Então me calo, trancado no calabouço da indiferença que carrega a esperança de que todas as canções de amor que estraguei, cheguem até o ouvido rígido de todos que partiram e não me levaram consigo.

Como forma de gratidão, sinto isso o todo, e não permito fuga.
Atrás do carvalho a chave rota no canto escuro dos meus opacos olhos...
E eu te amo, enquanto observo a distancia que a eternidade criou entre nós dois.

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