quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Shade: Tão como eu


sentado em silencio, no gelado do canto do quarto ouço os passos do fim
fazendo mais uma visita, apontando na minha cara todos os defeitos que temos em comum.
assim tão como eu, as sombras falham e penam...
assim tão como eu, não são honestas com o que sentem a respeito de si mesmo.

em pé calado, no sombrio jato de água parada acredito em todas as palavras
que revelam a visão e opinião de quem raciocina perdendo a razão.
assim tão como eu, as pessoas não são sinceras e pecam...
assim tão como eu, perdem-se em seus motivos e refletem em mim um pouco de si mesmo.

deitado de olhos abertos, no quintal cinza da minha falta de imaginação
cuspindo em mim, todas as opiniões regadas pela raiva e falta de capricho
assim tão como eu, perde-se tão fácil e pune...
assim tão como eu, fere os laços com a lamina fria guiada pelo calor do momento.

de lado empalado, levando as mãos ao vermelho do céu sinto a falta de tato
em minhas veias coçando com a frieza do desperdicio que opera outro tipo de milagre.
assim tão como eu, a sombra fratura cada tentativa  e se regozija
assim tão como eu, ignora que sou tão como ela quanto os defeitos que aponta em mim mesmo.