terça-feira, 9 de agosto de 2011

A teoria da amizade

Amizade me parece coisa simples.
Ao menos deveria ser assim...
Não possui medida, variáveis ou incertezas,

Ao menos deveria ser assim...

É um sentimento amigo do tempo, envelhecem juntos zombando da saudade e da insegurança. Dá aos defeitos e qualidades a insignificancia que ambos possuem e não fraqueja perante a dúvida. A certeza. Pureza. Natureza. Morta.

Ao menos deveria ser assim...

Amizade é um espelho que reflete a nossa própria ambiguidade e que fortalece o positivo/negativo em igual medida. Qualquer coisa diferente disso soa a mesquinhez, ganancia ou algo nesse sentido. Perigo. O palhaço e o escravo. O dono do mundo e o mendigo.

Ao menos deveria ser assim...

Amigos não podem ser moldados, mimados, controlados, adulados. Não possuem cordas como fantoches e são de estereótipo específico. Não são mitos, frios, modelos, ícones. Arrepio. Arreio. Sem freio.

Ao menos deveria ser assim...

Amizade é uma nota que não se alcança, a arvore que não se planta. É uma estrada sem direção, é como o vento, é livre como o espectro e as sombras, as nuances, as sobras. Amizade é uma palavra que a descreve, mesmo pobre, singela, valorizada. É simplesmente uma porta que não se explica, se sente e complica. Aberta. Fechada. Muda. Calada. Cristalizada. Inerente.

Ao menos deveria ser assim...