quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Tenho saudades do Rock

Lembra do Rock? Não estou falando do Balboa, to falando do rock mesmo. Rock ´n roll, música pesada, ira adolescente, comportamento extravagante, letras com mensagens dúbias, regadas a álcool e o que mais fosse necessário para fazer bons compositores voarem. Não que, a receita definitiva para um “bom rock”, tenha que contar com musica pesada, ira e blábláblá...


Me faz falta curtir aquela postura dos anos 80 e 90, e a liberdade que se expressa em entrevistas, clips, shows dos anos 60 e 70. Me faz falta, heróis pra acreditar. É nostálgica a sensação de cantar os protestos, saber como reclamar. Bons Riffs somados a bom humor, ou não. Saudades do clássico que não exibe essa roupagem “anos 2000” e saudades de quem fazia musica porque sentia a real necessidade de se expressar e não porque poderia ser um bom negócio...

Saudade da época em que o cara “sujo e desgrenhado” tinha um talento natural pra fazer sua guitarra [baixo, batera, ou o quer que ele toque], ”falar” o que toda uma geração precisava/gostaria de falar. De saco cheio desses “talentos fabricados”, essa nação maquiada [não estou me referindo a uma ou outra tribo, mas à cara que se dá ao Produto “rock ´n roll” que é vendido hoje], desse comércio canibal que se faz com a musica de hoje em dia, e isso com todos os estilos, até aqueles que você odeia.

Hoje faz falta identidade e identificação com o que se ouve [claro que existe um público pra tudo o que ta rolando hoje em dia, mas...], com o que se encontra. A cara do rock mudou. Fato! Mas acho que falta humildade pra reconhecer que ficou uma merda. Tentaram dar o próximo passo e cagaram em tudo e tá o que tá. Falta alguém ter a coragem de dar, coisa de, 2 passos pra trás e comparar o que o rock foi e o que ele é, falta sinceridade, falta deixar de lado essa batalha incessante para alcançar a mídia, falta espaço e vergonha na cara.

Existem sim, boas bandas e bandas fodas no meio disso tudo que a gente vive, mas sinto falta de me sufocar ouvindo muitas, muitas bandas fodas, sinto falta delas fazerem parte da minha realidade como acontecia anos atrás. Acho que hoje em dia rola um comodismo, por parte de quem se prende a essas boas bandas da atualidade. O cara se esconde ouvindo esse ou aquele som, e critica o resto e é aí que o circo pega fogo porque vira discussão entre aqueles que defendem seus pontos de vista e gosto musical e o foco, que deveria ser o Rock, continua como está. Sem sal, sem identidade, sem vontade, empurrando com a barriga, estourando champagne para comemorar prêmios que deveriam ser entregues àqueles que faziam música de verdade, no sentido de “ter realmente o que falar”, sem ficar fazendo média para aparecer em qualquer que seja o canal alvo.

Falta tratar o rock com a sinceridade, que ele sempre nos ofereceu, e dar espaço para que Ele seja o que realmente é.