sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A Teoria do Medíocre

MEDÍOCRE: adj. Que está entre o grande e o pequeno, o bom e o mau: obra medíocre. / &151; S.m. Aquele que é medíocre, aquele que não tem grande valor intelectual.

Fonte: [http://www.dicionariodoaurelio.com/Mediocre]

Há um bom tempo atrás, eu conheci de fato a definição da palavra medíocre no dicionário. Fiquei puto com o real sentido da palavra, afinal, eu definia a mim mesmo e muitas pessoas em volta como “medíocres”. Sentia-me possesso porque a definição, por si, ampara de forma positiva esses indivíduos.

O tempo passou e senti a necessidade de substituir essa palavra por outra que carregasse o mesmo peso do meu desabafo. Pra todas as palavras que encontrei e usei pra esse fim, eu ignorei a definição em dicionários e as utilizei de forma pejorativa mesmo, no popular, licença poética, na “boca suja” e etc.

Agora, um fato é que o restante dos medíocres [eu já fiz a minha parte] deveria ler no dicionário e entender como se comportar. Aliás, é mais fácil avisar o pessoal da revisão do Aurélio e modificar o dicionário.

E eu explico o porquê!


O medíocre do dia a dia é diferente da definição da palavra. O individuo deve pensar assim: “Cara, tem muita coisa boa rolando no mundo. Tudo muito certinho, pessoas corretas [e caretas, porque não?], modelos a serem seguidos, tudo muito fácil e mastigadinho. Eu quero fazer diferente, quero cagar em tudo!” [o medíocre não pensa em SER diferente. Ele já sente que algo especial ta reservado pra ele, o universo conspira para que exista essa aura toda dele].

Instintivamente, o medíocre se esforça para cruzar essa linha de “entre o grande e o pequeno, entre o bom e o mau”. As células do medíocre não aceitam essa condição e o cara sente que precisa ser menos. Quanto pior melhor. E não to falando sobre letras de músicas Emo ou algo do gênero. To falando do cara que por natureza sente que quanto mais cagada ele fizer, ou na vida dele, ou na dos outros, mais ele cresce [ou diminui?] como ser humano. E ele se sente bem assim.

Na verdade o medíocre nem entende sobre o certo e errado, pois existe um certo e errado que rege aquele universo que conspira pra ele ser muito bom no que ele é. Lembra do universo conspirando? Essas verdades universais nublam a visão do filho da puta e ele não percebe que existem alguns parâmetros, pra bem ou mau, que definem um bom convívio social. Eles não conseguem imaginar como as pessoas o vêem.

A regra pra ser um bom medíocre é: Quanto mais cego, mais indiferente, mais sem tato, mais ele avança para glorificar seu status de medíocre.