quinta-feira, 24 de junho de 2010

Pouco pra falar e se "pá", muito para Ouvir...

E assim que o Sol gritou seus últimos gritos
fechando discretamente teus olhos severos,
Os Quatro levantaram-se contra a Fadiga
Opuseram-se contra os próprios músculos
cansados, e de tão cansados, mesmo jovens
Já velhos;

E as Horas expremidas na esfera
gritavam já, no cálice púrpura da ansiedade
Queriam correr entre as temerosas pernas
cegas, perdidas, cansadas, atadas, megera
Perdidas na Paixão, tal juvenil maturidade;

Lá se foram, com lágrimas nos olhos pensando,
Correrão Montes e cortarão Montanhas
Se perderão dentro de si mesmos, chorando,
E nem que ao Dia quizeste, velhas crianças
a Noite suja, pula a última cuia de esperança;

As palavras suprimidas, esquecidas e até quebradas
eram os olhos mendigo, o carma finito
os braços precisos, inquietos, e frios
E o silêncio que diga à prostituta beata
queimem, cantem, chorem, meu último Pedido;

E nem tentem já é ótimo suicídio
Netuno que inspira o poeta Luzo
andarei por sob suas águas esquecidas
irei até ti, estarei além das Ilíadas
Completando a Odisséia do eterno tempo
e antes que Kronos perceba
estarei posto em Silêncio...

e o Gigante comedor de tenras estrelas,
vai-te! Lembra-te dos Quatros cansados
os Quatro cantos os Quatro lados
Não há esperança, futuro, presente ou Passado
não há Deuses, fiéis, nem um estado...

          Nem uma Palavra;
          Nem uma criança;
          Não há mais graça;
          Nem uma crença

e de Novo, não há esperanças...

Apocalipse
by Karuê